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Práticas de vandalismo afetam o pleno funcionamento do sistema de transporte coletivo em Petrópolis

17 de julho de 2016

A depredação das partes internas dos ônibus e as pichações dos bancos são os problemas mais comuns enfrentados pelas empresas de coletivos que atuam em Petrópolis. O vandalismo é uma ação rotineira, que traz prejuízos para os próprios usuários, uma vez que os ônibus chegam a ficar até três dias parados para passar por manutenção e limpeza. Um processo que poderia durar apenas algumas horas, mas que é prejudicado pela ação de alguns passageiros. O vandalismo traz ainda custos adicionais para as empresas, que precisam trocar bancos, pintar e investir em produtos específicos para limpeza.

Atualmente, a frota que circula na cidade é composta por 390 coletivos, que atendem a 222 linhas urbanas. Os ônibus pertencem a cinco empresas: Petro Ita, Viação Cascatinha, Turb, Cidade Real e Cidade das Hortênsias. Todas registram, semanalmente, ações de vandalismo e também ressaltam, que um comportamento habitual por parte de alguns passageiros, é jogar lixo dentro dos coletivos. É comum a equipe de limpeza encontrar fraldas descartáveis, papéis de biscoito, de bala e uma quantidade expressiva de chiclete, que são colados nos assoalhos e assentos, prejudicando outros clientes.

Dados da empresa Turb mostram que o custo para reparo de encosto por banco, por exemplo, pode chegar a R$ 135,00. Com relação ao assento, esse valor é estimado em até R$ 92,00. Já com relação as pichações, o custo é de R$ 4,40 por banco, para que a limpeza seja realizada. De acordo com o diretor da empresa, Jean Moraes, se cada carro tiver os três problemas em pelo menos 4 bancos (o que é natural), o custo pode chegar a R$ 925,60, por ônibus.

Foto: Setranspetro

Jean contou sobre um episódio, que aconteceu recentemente, quando jovens que estavam dentro de um coletivo, arrancaram os assentos dos bancos e começaram a jogar pelas janelas. O motorista precisou parar o ônibus. Esse tipo de vandalismo pode fazer com que o coletivo fique parado até três dias para que os reparos sejam realizados.

O diretor da Cidade das Hortênsias, Geancarlo Salvini, também observa que, pelo menos, dois carros por semana aparecem pichados. Em alguns casos, é possível retirar durante a limpeza, mas muitas vezes, pintar novamente a capa acaba sendo mais prático por uma questão de economia de tempo. Porém, o custo aumenta e pode chegar a R$ 15,00 por banco.

Coordenador de manutenção da Cidade Real, Alberto Lourenço explicou que na última semana verificou um carro, da linha Dias de Oliveira, com 7 bancos rasgados. Para que a manutenção fosse realizada, o coletivo precisou ficar dois dias parados sem atender à população. O reparo custou à empresa R$ 420,00. Alberto comentou ainda que, quando os vândalos rasgam a capa e a espuma dos assentos, o problema é maior, porque faz com que seja necessária a recolocação de um novo encosto.

E não são apenas esses os problemas encontrados. Segundo Alberto, por dia, a empresa recolhe dentro dos ônibus, pelo menos um saco grande de lixo, que equivale a 100 litros. O acúmulo de detritos na porta de desembarque também prejudica ou até impede o funcionamento dos elevadores para cadeirantes, travando o equipamento. Outro agravante são os chicletes espalhados pelos coletivos. “Temos que usar um produto químico específico para retirá-los que custa R$ 358,00, e dura em média, duas semanas”, comentou.

Já o responsável pela oficina da Petro Ita, Ricardo Cardoso de Mendonça, explicou que também observam a frequência dos braços de apoio dos assentos danificados. Segundo ele, os passageiros chegam a utilizar as unhas para rasgá-los.

Diante desse quadro, o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro) esclarece que a conscientização dos passageiros é fundamental para a qualidade dos serviços prestados pela empresa. Segundo a gerente Carla Rivetti, além do prejuízo financeiro, que é absorvido pelas empresas, certamente os mais prejudicados são os clientes, que precisam ficar mais tempo aguardando o ônibus passar por reparos. “A escala de manutenção das empresas sofre muitas alterações para dar conta de resolver todos os problemas”, disse.

O Setranspetro destaca ainda que as empresas vão ampliar a observação das câmeras de circuito interno para tentar identificar possíveis pessoas que estão praticando este tipo de ação. Os passageiros também podem contribuir, informado ao Disque Denúncia da Polícia Militar, pelos números 2242-8005, 2291-5071ou pelo whatsapp 98853-8202.