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Fetranspor: Alta do diesel torna insustentável a operação dos ônibus

6 de outubro de 2021

A Fetranspor informa que a alta acumulada de mais de 51% no preço do óleo diesel em 2021 torna insustentável a operação das empresas de ônibus diante da maior crise econômica enfrentada pelo transporte público no Estado do Rio de Janeiro. O novo reajuste pressiona ainda mais o setor de ônibus, que vive o seu esgotamento financeiro devido ao aumento dos custos de operação nos últimos três anos sem a compensação tarifária adequada, comprometendo a prestação de um serviço essencial à população e considerado um direito social na Constituição.

Foto: Divulgação

Com a crescente oscilação do preço do combustível, o óleo diesel passa a ser o principal item no custo de operação das empresas de ônibus, representando agora 31% do total. O percentual é superior aos gastos realizados com salários dos rodoviários (25%) e encargos sociais (11%). Com a alta acumulada este ano de 51% no valor do diesel, o impacto direto no custo das empresas de transporte é extremamente elevado e deve ser repassado, de forma imediata, para o cálculo da tarifa de transporte. Neste cenário, é imprescindível que as autoridades públicas viabilizem uma tarifa social como forma de preservar o transporte coletivo e garantir o acesso dos passageiros ao sistema de ônibus, responsável por mais de 70% dos deslocamentos.

A alta do diesel neste patamar impossibilita a recuperação do setor de transporte público, que registra prejuízo de mais de mais de R$ 2 bilhões desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020. A crise já custou mais de 20 mil postos de trabalho do setor de transporte e levou à interrupção definitiva das atividades de 16 empresas operadoras, levando outras 13 e mais dois consórcios operacionais a pedidos de recuperação judicial.

Em caráter urgente, a Fetranspor faz um apelo ao governo federal, ao governador do estado e aos prefeitos dos municípios para que, de forma conjunta, busquem uma solução efetiva e permanente para o financiamento do transporte público, encontrando um novo modelo que não seja baseado apenas no passageiro pagante e que possa compensar as altas expressivas e sucessivas dos custos de operação, que podem comprometer a prestação do serviço público e afetar negativamente toda a população, em especial os mais vulneráveis.