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Alta do diesel ameaça oferta do transporte coletivo em Petrópolis

20 de junho de 2022

O novo reajuste de 14,26% no preço do óleo diesel, item essencial para a operação dos ônibus, novamente ameaça o serviço prestado pelo transporte público em Petrópolis. O custo do litro do combustível, registrado em nota fiscal nesta segunda-feira (20), subiu mais 20% do que o registrado na planilha tarifária da CPTrans, estabelecida no mês passado, que definiu a passagem em R$ 4,95.

Foto: Setranspetro

Atualmente, o valor pago pelas empresas de ônibus por cada litro de óleo diesel é R$ 1,76 mais caro que o preço final da tarifa de ônibus em Petrópolis, o que reforça a necessidade da adoção de políticas públicas, tendo em vista que o preço do combustível é o responsável por mais de 30% de todo o custo do setor no município.

Em janeiro deste ano, o preço do combustível era de R$ 4,85. Em pouco mais de seis meses, o valor foi elevado em 38,3%, ampliando ainda mais, a crise econômica e financeira enfrentada pelas operadoras de ônibus, sem contar a elevação dos preços das peças e itens de rodagem dos coletivos.

Por meio de nota, a Fetranspor, entidade que representa 184 empresas de ônibus no Estado do Rio, manifestou a preocupação com o sistema de transporte e solicitou a atenção urgente das autoridades para o risco da falta de atendimento em razão das dificuldades para manter a operação integral das linhas, o que vai afetar o deslocamento da população.

“É importante ressaltar que os impactos causados pelos reajustes anunciados ao longo dos últimos dois anos não foram compensados, até agora, por aumentos de tarifa ou subsídios por parte de prefeituras ou do governo do Estado. A crise do diesel é mais um duro golpe a um sistema de transporte combalido, que já chegou ao seu limite com o esgotamento financeiro das empresas, que ainda não superaram os efeitos da pandemia”, diz a nota.

Responsável por circular por quase dois milhões de quilômetros todos os meses no município, o transporte público, composto pelas empresas de ônibus Cidade Real, Petro Ita, Cidade das Hortênsias, Cascatinha e Turp Transporte consomem, mensalmente, cerca de 675 mil litros de óleo diesel para manter a operação. Ou seja, se em janeiro deste ano eram necessários, pelo menos, R$ 3,2 milhões para arcar com os custos do combustível, atualmente, as empresas precisam desembolsar mais de R$ 4,5 milhões para manter somente o óleo diesel.

As empresas de ônibus de Petrópolis pedem que sejam tomadas, com a máxima urgência, ações para evitar a ampliação da degradação do transporte por ônibus, a fim de garantir a continuidade de um setor essencial para a população e para a economia petropolitana. É necessário praticar políticas públicas que possam permitir a continuidade do serviço, por meio de pagamentos de gratuidades dos estudantes da rede municipal, isenções de tributos e taxas municipais, além da melhoria da mobilidade urbana com a implantação de faixas e corredores exclusivos, como já elaborado os projetos nas regiões do Alto da Serra, Quitandinha, Retiro, Itaipava, Rua Paulino Afonso e Washington Luiz.

“O diesel é um insumo essencial para a prestação do serviço por ônibus. Em razão dos aumentos consecutivos no país, a crise do sistema de transporte público está cada vez mais grave. Por isso, as empresas de ônibus, através de suas entidades representativas, apelam aos governos federal, estadual, municipal e à própria direção da Petrobras, para que sejam adotadas políticas públicas de preço, que possam equilibrar e solucionar esta equação, que eleva a inflação e prejudica os mais variados setores da economia”, disse Carla Rivetti, gerente do Setranspetro.