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“Ataque histórico e inaceitável”: Presidente do Rio Ônibus fala sobre incêndio criminoso

24 de outubro de 2023

O Setor de transporte por ônibus do Rio de Janeiro sofreu, na segunda-feira (23), o pior ataque criminoso da história. Ao longo de todo o dia, bandidos atearam fogo em ônibus na Zona Oeste. Enquanto passageiros, desesperados, eram obrigados a sair dos veículos, as chamas expandiam para os bairros. Ao todo, 35 ônibus foram incendiados, sendo 20 deles, de consórcios filiados ao Rio Ônibus.

João Gouveia Ferrão Neto, presidente do Rio Ônibus, divulgou um artigo, falando sobre o “ataque histórico e inaceitável”.

Foto: Frame/TV Globo/Reuters

“As imagens, registradas pelos próprios passageiros e moradores da região, se espalharam pelas redes sociais. Flagrantes de pessoas atônitas, sem saber como chegar ao seu destino sem transporte. Nenhuma força policial foi vista nessas imagens tentando evitar o caos que tomou a cidade.

A falta de gestão diante desses episódios de violência extrema, consequência da morte de um bandido, é imperdoável. Não era difícil prever que uma ação contra criminosos provocaria alguma reação. Daí o nosso repúdio à forma como a segurança pública vem sendo gerida.

Os passageiros vêm perdendo o direito de ir e vir, nossos rodoviários saem de casa sem a certeza de retorno no fim do dia. É obrigação do Estado obviamente, prover uma segurança que, infelizmente, mostra-se a cada dia mais frágil, permitindo a expansão de grupos criminosos.

Não existem ônibus disponíveis para compra imediata. São cerca de180 dias de espera, entre a aquisição e a entrada em operação. E, somente nesta segunda-feira, o prejuízo foi de aproximadamente R$ 30 milhões, que não são cobertos por companhias de seguro. Cada ônibus incendiado deixará de transportar cerca de 10 mil passageiros por mês.

Mais uma vez, quem perde é a população que depende desse modal para chegar ao trabalho, à escola, ao hospital. Os ônibus transportam mais de 70% daqueles que dependem de transportes públicos na cidade do Rio. Não há dúvida de que os moradores do Rio se indignam com essa situação e que precisam de mais segurança para viver. É preciso agir. É preciso dar um basta. Chega!”.